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jul

No deserto – Vale de Hebrom

“Disse-lhe Israel: Vai, vê se vão bem teus irmãos, e o rebanho; e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom; e José foi a Siquém.” (Gênesis 37:14)

Segundo alguns historiadores, o deserto de Hebrom era muito perigoso, pois era chamado lugar de gigantes ou de feras. José tinha que vencer as feras para chegar até seus ir­ mãos, além da distância entre Hebrom e Siquém, que era de aproximadamente dez quilômetros. José venceu o medo e a distância, e se lançou em obediência para realizar o pedido do seu pai.

O curioso é que esse jovem tinha a destreza para caminhar em deserto; ele andava munido para que não lhe faltasse nada. Claro que ele não entrou no deserto desprovido, mas os sonhos de José eram tão vivos que o deserto ficaria pequeno diante dos grandes sonhos. Uma das lições que esse personagem impoluto nos transmite é a sabedoria com a qual ele ad­ ministrava cada situação que chegava diante dele.

No deserto, há escassez. Não é fácil vencer desertos, mas esse homem extraordinário sabia gerenciar causas complica­ das. Ele era o homem de confiança do seu pai. Não se anda só em um deserto devido a seus inúmeros perigos; além das feras noturnas, há as ciladas de cobras e escorpiões.

Um teólogo e arqueólogo de deserto, certa vez, escreveu: “O deserto durante o dia é uma solidão, porém à noite é uma Nova York”. Durante a noite, as feras tenebrosas e os predadores terríveis aparecem.

No deserto, não havia supermercado, nem a quitanda do seu Jacó ou o ponto de parada para suprimento. Se ele não administrasse o dia no deserto, poderia morrer sedento ou faminto à noite. No deserto, andava-se em caravanas, porém José tinha liderança suficiente para chegar ao ponto decisivo o qual seu pai lhe havia dado como meta.

A obediência de José era tão intensa, que ele confiava que só pelo fato de estar satisfazendo o desejo do pai, estava plenamente protegido. O alvo maior dele era fazer exatamente o que o pai mandou que ele fizesse, ainda que tivesse que enfrentar um deserto com todas as suas feras.

Curiosamente, José poderia reivindicar o direito de ir somente acompanhado, mas ele confiava em Deus e na sua capa­ cidade administrativa, e estava cumprindo o desejo do seu pai. Seja qual for o deserto que você esteja enfrentando, ele não é maior que a promessa. O seu sonho é maior que o deserto.

Precisamos entender que as feras de um deserto não param um líder que decidiu obedecer a aquilo que seu superior o mandou fazer. Administre o deserto, seja maior que ele e não permita que o deserto engula seus sonhos.

Em Siquém

“Ora, foram seus irmãos apascentar o rebanho de seu pai, em Siquém. Disse, pois, Israel a José: Não apascentam teus ir­ mãos o rebanho em Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. Respondeu-lhe José: Eis-me aqui.” (Gênesis 37:12-13)

Siquém era um lugar demasiadamente traumático para que José fosse sozinho. Ali havia um povo que não gostava da família de Jacó. Simeão e Levi causaram um problema naquela região matando alguns homens e tirando a liberdade de relacionamento. No capitulo 34, vemos essa história bem narrada. Por vingança, para honrarem a moral de Diná, sua irmã, eles tomaram atitudes que desagradaram grandemente a Jacó. Bem, Siquém, cujo nome significa desprezo, era realmente um lugar muito difícil.

Quando um sonho é publicado e algumas pessoas são estimuladas a mudarem de vida por causa do que foi dito, só restam duas opções: ou a idéia é comprada, ou o sonho é perseguido. Não espere aplausos de pessoas com quem você convive, pois o sonhador vai enfrentar muito desprezo de pessoas as quais nunca esperou que o desprezasse.

A Bíblia relata que José não encontrou seus irmãos ao chegar a Siquém. Não existe nada mais frustrante para um sonhador, que chegar ao alvo da sua expectativa, não encontrar o que esperava e ter que fazer uma caminhada mais longa para que esse sonho se cumpra. José não encontrou seus irmãos, porém havia ali um homem que sinalizou para José onde seus irmãos estavam (Gênesis 37:15-16). Jesus sempre colocará um homem em nosso deserto para nos conduzir àqueles que tentam fugir de nós e querem eliminar nossos sonhos.

Você nunca estará sozinho. Deus sempre facilitará a rota do sonhador. As portas se abrem ainda que seja em um deserto. O HOMEM do deserto lhe dirá como você chegará ao seu alvo.

Quero adverti-lo, nestes estudos, que você nunca estará sozinho, haverá sempre um sinalizador da parte de Deus para lhe indicar onde e como você poderá chegar ao alvo. “E um homem encontrou a José, que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe: Que procuras?”(Gênesis 37:15)

José foi um exímio líder. Ele não se deixou abater pelo fato dos seus irmãos terem saído do local onde o pai lhes havia mandado dar de comer ao rebanho. A ordem era trazer as novidades do rebanho do pai. Do deserto de Hebrom até Siquém era aproximadamente dez quilômetros, mas de Siquém a Dotã era aproximadamente trinta e cinco quilômetros. José percebeu que sua meta aumentou três vezes mais. Ele poderia ter decidido voltar os dez quilômetros, mas optou em prosseguir mais trinta e cinco quilômetros.

Ele andaria quase cinquenta quilômetros no deserto enfrentando feras, pedras, areia quente, serpentes, escorpiões e dificuldades inerentes ao deserto, subindo e descendo montanhas, galgando alvos maiores e desafios intensos. Um sonha­ dor não desiste diante dos desafios. Essa é a diferença entre um sonhador e um homem comum.

Seja sincero com você mesmo e responda a esta pergunta: O que você faria se estivesse no lugar de José até esse momento? Com certeza, só um outro sonhador diria: eu continuaria até cumprir a meta.

Claro que Deus estará sempre dando-nos motivação e não deixando que fiquemos sozinhos nos desertos da vida. Acredito eu que este homem do deserto era a providência de Deus para que o sonhador chegasse ao alvo. Continua…