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SEXTO PASSO – O reforço: mostre desprendimento

Além disso, desde o vigésimo ano do rei Artaxerxes, quando fui nomeado governador deles na terra de Judá, até o trigésimo segundo ano do seu reinado, durante doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos a comida destinada ao governador. Mas os governantes anteriores, aqueles que me precederam, puseram um peso sobre o povo e tomavam dele quatrocentos e oitenta gramas de prata, além de comida e vinho. Até os seus auxiliares oprimiam o povo. Mas, por temer a Deus, não agi dessa maneira. Ao contrário, eu mesmo me dediquei ao trabalho neste muro. Todos os meus homens de confiança foram reunidos ali para o trabalho; e não compramos nenhum pedaço de terra. Além do mais, cento e cinquenta homens, entre judeus do povo e seus oficiais, comiam a minha mesa, como também pessoas das nações vizinhas que vinham visitar-nos. Todos os dias eram preparados, a minha custa, um boi, seis das melhores ovelhas e aves, e a cada dez dias eu recebia uma grande remessa de vinhos de todo tipo. Apesar de tudo isso, jamais exigi a comida destinada ao governador, pois eram demasiadas as exigências que pesavam sobre o povo.

Neemias guiava os outros por meio do seu exemplo. Era o fundamento da sua liderança. Quando pediu ao povo de Jerusalém que reconstruísse os muros, ele foi junto para reconstruir também. Quando ele pediu que orasse, ele mesmo já havia orado. Quando lhe pediu que trabalhasse de noite e de dia para poder terminar o trabalho, ele também ficava em pé noite e dia, trabalhando. Quando lhe pediu que ajudasse os pobres, ele já o tinha feito antes.

Pela sua nomeação como governador, Neemias tinha direito a uma manutenção que nunca reivindicou. O povo estava passando fome. Ele percebia que aceitar comida deles, ainda que fosse correto, teria sido colocar uma carga ainda mais pesada. Ele e os seus servos poderiam ter explorado o povo, como o fizeram outros governantes no passado, mas não o fizeram. Pelo contrário; alimentaram os pobres. Ajudaram os pobres. Ele fez o quanto podia, utilizando suas riquezas pessoais. Deu o exemplo.

Neemias foi modelo de generosidade. Teve o cuidado de dizer isso ao final do informe sobre o conflito, com o fim de fazer uma comparação entre os conflitos e o egoísmo. O egoísmo e a fonte de todos os conflitos. O que lhe disse foi: “Eu não explorei o meu povo, nem tenho me aproveitado do infortúnio dele”.

Ele não dizia isso para que o considerassem como alguém superior, mas para ensinar ao povo a maneira correta de viver. Neemias nunca pediu a ninguém que fizesse algo que ele mesmo não estivesse disposto a fazer, ou que já não estivesse fazendo. Podia dizer com a consciência limpa: “Sigam meu exemplo”. Isso e uma característica da liderança. Paulo liderou desta forma. Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo.

Você pode dizer o mesmo? Por que não? Esta declaração de Paulo não nasce da arrogância. Estava mostrando a responsabilidade que os líderes têm. Se você não pode falar como Paulo: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo”, você precisa fazer algumas mudanças na sua vida.

As pessoas seguem modelos. Neemias o sabia, e Paulo também. Paulo estava dizendo: “Pelo menos eu estou tentando, pelo menos estou fazendo meu maior esforço”. Se você não pode falar isso também, então ainda não está pronto para a liderança. É necessário que possa dizer como Paulo: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo”. Os líderes só pedem aos outros que façam o que eles mesmos já estão fazendo.

Esse era o segredo da ousadia demonstrada por Neemias. Assombra-me o fato de que aquele homem confrontou os que estavam explorando os seus vizinhos e os desafiou. Confrontou-os em público. Era um homem íntegro. Como estava dando o exemplo por meio da sua vida, ele tinha todo o direito de dizer: “Por que não estão ajudando os pobres, ao invés de lhes fazer dano?”. Se você não pode desafiar ninguém para que siga seu exemplo, qualquer coisa que você diga perderá o impacto.

Como pai, eu não posso desafiar meus filhos, dizendo: “façam o que eu digo, mas não o que eu faço”. Isso não tem nenhuma eficácia. Se eu não posso dizer: “façam o que faço”, o impacto das palavras “façam o que eu digo” não vale nada. As organizações têm menos conflitos quando seus líderes levam uma vida generosa e são modelos de desprendimento.

Cada vez que você levantar algo para Deus, Satanás vai querer derrubá-lo, ou desafiar e impedir que triunfe. Assim como ele tentou deter os muros de Neemias, também fará tudo o que estiver ao seu alcance para atrapalhar e deter o que você estiver fazendo para Cristo. Pode ter certeza.

É absolutamente essencial que sua equipe se sinta unida em volta do seu propósito. Já terão dificuldades o suficiente, circunstâncias e problemas que virão de fora. O de que menos você precisa e que as pessoas do seu grupo se dediquem a criticar sem motivo, causar problemas e provocar dissensões. Qual é a sua responsabilidade? Sua meta de trabalho dentro do corpo de Cristo está em Efésios 4.3: Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vinculo da paz.

Para você ser um líder eficaz, sua prioridade máxima consiste em fomentar a unidade e a harmonia dentro da sua igreja, seu negócio, sua família ou organização. A Bíblia diz que se deve manter a unidade a todo custo.

Onde quer que haja um grupo de pessoas, existirão diferenças internas. Isso e inevitável. Se duas pessoas estão de acordo em tudo, então uma delas está sobrando. Existirão diferenças. Não há equipe, nem organização perfeitas… nem mesmo as suas. Espere que os conflitos apareçam, mas leve em consideração que Deus deseja que reduzamos ao mínimo esses conflitos para sua gloria, especialmente na igreja.

O testemunho da nossa vida não deve se basear no que tenhamos criado com as nossas mãos, ou falado com nossos lábios, mas no amor que temos manifestado aos outros. Esse e o sinal do líder. Jesus disse: “Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. Nos cinco primeiros capítulos do livro de Atos, usam-se dez vezes expressões como “uns aos outros” e em “harmonia’. Atos insiste dez vezes na unidade que existia no princípio naquele corpo. E no meio deles se produza todo tipo de milagres. Quando existe unidade ao estilo de Atos, existe também o poder de Atos, o amor de Atos, e os milagres de Atos.

Vance Abner disse certa ocasião: “Os flocos de neve são frágeis, mas, se, ajuntam em número suficiente, podem deter o trânsito”. Sozinho, eu não posso fazer muito. Você também não pode fazer muito sozinho. Mas juntos, formamos o corpo de Cristo. E juntos podemos causar impacto. Podem-se atirar cem pedras pequenas numa lagoa, e tudo que se consegue são umas poucas ondas na água. Juntando-se, porém, todas essas pedras, e, se o que se atira for um grande penhasco, conseguem-se grandes ondas.

Quando estamos juntos, unificados, nada pode deter o corpo de Cristo. Juntos somos uma força que é preciso levar em consideração. O fato de você ter este livro nas mãos e estar lendo estas páginas é um claro indício de que o seu coração busca a Deus. Façamos o pacto de que vamos realizar todo esforço que for necessário para guardar a unidade do Espírito por meio do vínculo da paz. Eu desafio você a dizer: “Meu Deus, quero me converter em pacificador. Quero me converter era um funcionário da paz”.

Onde quer que haja discórdia, semeie a paz. Algumas vezes, é possível que isso exija um confronto. Talvez, durante a reunião do seu grupo, alguém comece a criticar. Alguma pessoa precisa assumir a liderança e dizer: “Posso confrontar você com amor? Tomamos uma direção equivocada. Não deveríamos estar falando assim”. Deixe que essa pessoa seja você. Ame o suficiente para confrontar. Diga a verdade com amor. Seis Passos para que você possa ser um solucionador de conflitos e sendo assim, um líder de excelência.